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Gibizeiro”

Aprendi a gostar de ler gibi e virar um ‘gibizeiro’ no hospital, juro! Como eu ficava muito tempo internado de papo pro ar, minha mãe levava pra mim várias revistas em quadrinhos, em especial as da Mônica e sua turma.
Sem dúvida que eu era fã incondicional do Cascão, daí talvez o fato de eu gostar maaaais ou menos de tomar banho… Muito feliz. Enquanto lia, eu certamente me transportava das dores agudas da enfermaria para aquele mundo cheio de travessuras, de brincadeiras, de graça muito engraçada!

Mal sabia eu que o autor daquelas tiras que tanto me envolviam, em encantavam e me distraiam ia ser um grande defensor de um projeto meu: a dominação do mundo por parte dos “matrixianos”… Inocente

Hoje, abrindo a Semana Especial da Criança aqui no “Assim como Você”, tenho a honra de receber um dos mais importantes desenhistas dos universos tudo: Maurício de Sousa… Aêêêê!



Minha dedicada patroa BeijoThaís Naldoni, entrevistou o mestre dos quadrinhos, que colocou personagens “malacabados” inteiramente integrados em meio de sua inconfundível turma.

Com vocês e para todas as crianças, uma conversa com o pai de Dorinha, - que num enxerga um palmo na frente do nariz Convencido e puxa o cão-guia Radar - ; do Humberto - menino que tem o escutador de novela avariado Rindo a toa – do cadeirantinho serelepe Luca, e de Tati, que tem síndrome de Down.


Divirtam-se!

Sorte

Blog - Antes da onda de se falar sobre inclusão, você já tinha o personagem Humberto, que é surdo. Qual a motivação para criá-lo? Ele é inspirado em alguém real?

Maurício de Sousa - Não. O Humberto é um personagem de ficção, que julguei interessante incorporar à turminha. Ele passa uma mensagem de inclusão mais do que natural.



Blog - Entre a criação de Humberto e Luca passaram-se muitos anos. Já entre Luca e Dorinha, o tempo foi bem menor. O que o levou a criá-los?

Maurício - Foi a necessidade de incorporar mais alguns amiguinhos da turma com necessidades diferenciadas para podermos trabalhar melhor o processo de inclusão.

Blog - Todos os personagens com deficiências têm em seus traços características que se sobressaem a elas. Luca é descolado, joga basquete e as meninas são loucas por ele. Dorinha é super fashion, mesmo que não enxergue a roupa que está usando…

Maurício - Essas características são colocadas para reafirmar ao público, principalmente às crianças, não somente a mensagem de inclusão, mas também a de que pessoas com algum tipo de deficiência têm suas vaidades, necessidades, sonhos e personalidades diferentes.


Blog - Qual a reação dos leitores da Turma da Mônica - e suas famílias - com a entrada nos personagens com deficiência?

Maurício - Pelo contato que tenho com as crianças, principalmente quando estas e os personagens se encontravam no “Parque da Mônica” (que existia dentro de um shopping de São Paulo), eu percebia a curiosidade natural que há com respeito à vida de uma menina cega, de um cadeirante...

Nasciam diálogos curiosos, respeitosos, e carregados de humanidade entre a criança e o personagem. Este, naturalmente, bem preparado para responder às perguntas. Isso deve acontecer com relação aos quadrinhos também.

As histórias devem desencadear uma curiosidade natural para uma conversa mais aberta e corajosa de um leitor com uma pessoa com algum tipo de deficiência.



Blog - Qual a importância de expor as crianças às diferenças, com a inserção de personagens diversos?

Maurício - Aumenta o respeito e a informação. É tudo de bom.

Blog - Qual o cuidado ao escrever histórias que abordam a deficiência, principalmente quando o público-alvo é infantil?

Maurício - Temos que nos preparar bem, conhecer a realidade dessas crianças e tentar passar tudo isso, com a maior naturalidade, nas historias. Por exemplo, para criar a Dorinha, conversamos muito com a educadora Dorina Nowill (que morreu no final de agosto). E muito da Dorinha nasceu dela. Já para criar o Luca, conversamos muito com atletas para-olímpicos. E foi um aprendizado para todos nós do estúdio.



Blog - Existe a cobrança por mais personagens com algum tipo de deficiência na Turma? Há algum plano?

Maurício - Neste momento, não. Mas estamos atentos e preparados para continuarmos com esse trabalho.

 creditos a mix tmj

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